terça-feira, 15 de maio de 2012

Dishonored: Duas doses de Assassin’s Creed, duas de Deus Ex e uma pitada de BioShock


É natural buscar padrões preestabelecidos dentro da indústria de games. Quer dizer, bata o olho em Dishonored. O que você vê? Qualquer jogador com um mínimo de conhecimento sobre a indústria deve identificar ali rapidamente algo entre Assassin’s Creed, Deus Ex e — com um pouco mais de abstração — BioShock.

Entretanto, parece bastante injusto arremessar a nova proposta da Bethesda (desenvolvida pela Arkane Studios) no turbilhão de títulos wannabe. Principalmente porque Dishonored, embora beba de fontes já bem conhecidas — entre mecânicas furtivas e temática steampunk —, não parece ter muito problema em apontar uma direção relativamente nova e original. A começar pela concepção cuidadosa e criativa do palco do seu mais novo herói em busca de vingança: a cidade semifictícia de Dunwall.
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Entre a ficção e o design cuidadoso
Conforme afirmou o designer-chefe de Dishonored, Harvey Smith, ao site IGN, Dunwall foi concebida como uma espécie de fusão entre elementos reais e fictícios. Como plataforma original, há a naturalmente pitoresca Londres, com suas vielas estreitas, nevoeiro e atmosfera ligeiramente opressiva.
Entretanto, a pesquisa por cantos e superfícies da cidade não vai além do necessário. Afinal, conforme colocou Smith, qualquer um hoje tem acesso ao Google Earth, certo? Dessa forma, Dunwall segue uma ideia muito mais pretensiosa: a de se alçar ao panteão de outras cidades fictícias “que poderiam ser reais”, tais como Metropolis ou o apinhado centro urbano multitecnológico de Blade Runner.
Entretanto, a geografia fictícia desta pseudo-Londres ganha ainda mais verossimilhança na forma de rostos reais e também de um cuidadoso tratamento com texturas e com a “lógica” de toda o sistema da cidade — toda ela movida a uma espécie de óleo e fortemente dependente da pesca... Embora sem se descuidar do deslumbramento tipicamente vitoriano do steampunk.
Elementos sobrenaturais
Mas a relativa naturalidade da coisa toda acaba assim que o seu protagonista aqui, o Corvo, aparece em cena. Para quem ainda não conhece a história, trata-se de um assassino profissional que é preso após ter sido injustamente acusado de matar a imperatriz a quem deveria servir. O mergulho no sobrenatural é ainda mais intensificado pela figura do Outsider, sujeito misterioso que, sem motivo aparente, liberta o seu protagonista da sua cela.
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Mas, como afirma a própria desenvolvedora, a história “não é o foco nos video games”. Dessa forma, a narrativa dinâmica de Dishonored será mais construída por uma mistura entre habilidades furtivas, controle temporal e habilidades de teletransporte. Na verdade, o Corvo aqui pode mesmo assumir a forma de outros animais (com o perdão do trocadilho); um peixe, por exemplo, a fim de entrar furtivamente pelos encanamentos dos edifícios.
Além disso, também será possível evocar ratos famintos, servindo seus inimigos como prato principal. Entretanto, a forma final do seu herói será mesmo dada por você durante as missões de assassinato. É possível tanto desenvolvê-lo na direção de um assassino ideal quanto na forma de um perfeito espadachim — ou qualquer coisa entre esses dois extremos, naturalmente.
Enfim, resta saber agora se a impressão é mesmo correta. Quer dizer, se a nova publicação da Bethesda pode mesmo ir além da soma das suas partes — digamos, duas doses de Assassin’s Creed, outras duas de Deus Ex e, por fim, uma pitada de BioShock.
Dishonored tem lançamento previsto para o dia 9 de outubro. Fique ligado no Baixaki Jogos para mais novidades.

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