segunda-feira, 7 de maio de 2012

Esqueceram de mim: por que alguns temas são pouco explorados nos games?

Pense rápido: você seria capaz de citar o nome de um jogo baseado na Segunda Guerra Mundial ou um título que tenha como cenário um ambiente futurista? Certamente, você deve ter na ponta da língua as respostas. Bastante explorados pelas desenvolvedoras, existem tantos games do gênero que eles praticamente se confundem em meio às listas de lançamentos.
Entretanto, assim como existem temas que parecem saturados no mercado dos games, outros assuntos raramente ganham destaque ou jogos de qualidade. Você seria capaz de imaginar um game no estilo GTA ou Red Dead Redemption que se passasse na Idade da Pedra, com homens das cavernas? E que tal um jogo de corrida tendo como cenário os carros e as pistas da primeira metade do século passado?
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Jogando para poucos?
Questões comerciais geralmente são o maior empecilho para que títulos com ambientes realmente novos sejam lançados. Em vez de ousadia, a maioria das desenvolvedoras prefere não arriscar e se ater àquilo que já nasce com um potencial maior de vendas. Isso explica a quantidade de FPSs sobre Segunda Guerra Mundial e guerrilha urbana, por exemplo.
Entretanto, até que alguém quebre esse círculo vicioso e estabeleça um novo gênero, nada acontece. A temática western, por exemplo, foi muito bem explorada pela Rockstar em Red Dead Redemption. Até então, o gênero tinha pouco títulos relevantes. Agora imagine um jogo no mesmo estilo, mas que se passasse na época do homem das cavernas.
Fonte da imagem: Ibiubi
Desde o Mega Drive e o Super Nintendo, quando os jogos Chuck Rock e Joe & Mac se tornaram grandes lançamentos da era dos 16-bits, nada de novo e relevante apareceu nesse segmento. Será que ele é tão ruim assim a ponto de ninguém se interessar por ele?
O mesmo gênero, mas com outra abordagem
A Segunda Guerra Mundial é um dos temas mais abordados no mundo dos jogos. Não é nenhum exagero afirmar que todo mês algum título sobre o assunto chega às lojas. Entretanto, sua exploração raramente vai além do gênero FPS. Por que não desenvolver um RPG épico, mantendo a mesma ambientação?
Outro exemplo é o jogo Time Commando, lançado na década de 90 e que, como poucos, utilizou a temática de viagem no tempo como linha narrativa da aventura. Desde então, um game baseado nessa estrutura nunca mais apareceu. O sucesso do título para PC, PlayStation e Saturn mostra que, quando o jogo é bem feito, há público para argumentos diferenciados no mercado.
Popular, mas não nos games
Se o formato é consagrado, por que não inovar na temática? Sabemos que os FPSs são hoje um dos gêneros mais populares entre os gamers. Entretanto, além de Segunda Guerra Mundial, guerrilha urbana e cenários futuristas, não parece haver muita coisa explorada pelas desenvolvedoras.
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A Primeira Guerra Mundial, a Guerra Civil Espanhola e até mesmo a luta pela independência dos Estados Unidos poderiam muito bem gerar títulos tão atrativos quanto os existentes na atualidade. A série Assassins Creed, por exemplo, usará o período de nascimento dos Estados Unidos como ambientação de sua próxima trama, o que mostra que há espaço para um pensamento diferenciado mesmo em franquias já consagradas.
Inovação no mundo dos esportes
Todos os anos você acompanha ansioso o lançamento de jogos de qualidade dos esportes mais populares do mundo. Futebol, basquete, futebol americano, golfe, baseball e até mesmo hóquei no gelo têm em seu histórico diversos games de qualidade, capazes de satisfazer os fãs mais fervorosos.
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Entretanto, uma modalidade que vive uma situação oposta é o vôlei. Embora seja um esporte relativamente popular em todo o mundo, faltam jogos mais sérios para os fãs do esporte. O Nintendo Wii conta com algumas opções para satisfazer os jogadores, mas aqueles que procuram um pouco mais de realismo esbarram na completa falta de opções.
Se alguns dos esportes olímpicos encontram nos anos de Olimpíadas a oportunidade de ganhar versões aceitáveis para os consoles, o mesmo não se pode dizer para outras modalidades coletivas, como o handebol. O esporte é o segundo mais praticado nas escolas do Brasil, mas encontrar uma versão para o mundo virtual é praticamente impossível.
O que você vai ser quando crescer?
Algumas profissões raramente são retratadas no mundo dos jogos e, quando isso acontece, dificilmente elas têm o papel principal da trama. Phoenix Wright e Trauma Center são dois bons exemplos de jogos com temática diferenciada, em que os personagens principais são um advogado e um médico, respectivamente.
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Mas e que tal outras profissões? Um jornalista, por exemplo, poderia ganhar uma trama interessante em um jogo em que o objetivo fosse descobrir pistas e encontrar soluções para um crime. Já um simulador de corrida de carros poderia transformar um mecânico na estrela principal do jogo. Por que não criar um modo manager em que seu principal objetivo é alinhar os motores e deixar o carro pronto para detonar nas pistas?
Além disso, em se tratando de velocidade, há outra hipótese que pode ser explorada: o início do desenvolvimento da indústria automotiva. Talvez pudesse ser bastante divertido correr com os modelos fabricados na década de 20, em ruas de terra e pistas recém-criadas. Se a ideia não vale como um título específico, por que não pensar na proposta como um modo de jogo das grandes produções?
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Nas mãos de poucos
É importante ressaltar que algumas das sugestões citadas acima podem até existir no mundo dos jogos independentes ou entre os títulos com menos divulgação de mercado. Entretanto, o que se espera é que temas como esses tenham a oportunidade de passar pelas mãos das grandes desenvolvedoras, ganhando um tratamento gráfico de primeira.
Somente assim, depois de avaliado pelo público, é que poderemos afirmar com certeza que se trata de um assunto de pouco interesse entre o público gamer. Até lá, só nos resta imaginar como poderiam ser os jogos que exploram aquilo que ninguém parece ter tido interesse em tornar um sucesso. Que outros temas você gostaria de ver transformados em jogo?

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